domingo, 25 de mayo de 2014

Brasil: Jornada de Agroecologia se consolida numa escola popular e camponesa.....Por Ceres Hadich

"Diante da crise social, ecológica e econômica, gerada pelo fracasso da revolução verde, ficou cada vez mais clara a necessidade de construir um novo paradigma para a agricultura mundial."
Por Ceres Hadich
Da Página do MST
Por muitos anos, a chamada agricultura industrial moderna, embrião de o que nos anos 90 se transformou no agronegócio, foi tomada como a saída para os problemas da fome e da miséria no mundo.
Dessa maneira, décadas de conhecimento e desenvolvimento das forças produtivas e das tecnologias estiveram voltadas a trazer respostas e argumentos que fortalecessem esse discurso.
Diferentemente do que se propagandeava, porém, nem a revolução verde, tampouco o agronegócio resolveram a questão das diferenças sociais e das necessidades da humanidade, isso porque em ambos os casos o que se buscava não era - e continua não sendo -, a reestruturação de um modelo de produção menos centralizador, concentrador, explorador. Pelo contrário, a agricultura moderna e o agronegócio se baseiam na lógica da produção de mercadorias, geração de lucros, exploração de pessoas e dos recursos naturais e claro, toda essa engrenagem deitada sobre o berço da propriedade privada.
Diante da crise social, ecológica e econômica, gerada pelo fracasso da revolução verde, ficou cada vez mais clara a necessidade de construir um novo paradigma para a agricultura mundial.
Nessa perspectiva as forças populares, e, principalmente, os movimentos sociais do campo, a partir dos anos 90, passaram a identificar na Agroecologia a alternativa possível para a reconstrução da agricultura.
No Brasil, o MST amadurece essa necessidade reafirmando em seu IV Congresso Nacional, no ano 2000, a agroecologia como linha política, parte da construção de um projeto popular para o campo brasileiro.
A partir dai, surgem as escolas e centros de formação em Agroecologia. No Paraná, foram construídas cinco, sendo elas o Instituto Técnico de Estudos e Pesquisas da Reforma Agrária (ITEPA), Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO), Escola Milton Santos (EMS), e Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), em parceria com a Via Campesina, e a Escola Técnica Padre Sasaki.
Jornadas de Agroecologia
Em 2002, no estado paranaense, se estabeleceu uma ampla coalizão de Movimentos Sociais do Campo, Organizações da Agricultura Familiar e de assessoria dando início as Jornadas de Agroecologia, uma ação inédita e popular de caráter massivo, denúncia e contraponto ao agronegócio, estudo, socialização da prática e da experiência agroecológica e camponesa (leia mais).
Realizadas ao longo de mais de uma década, os encontros anuais passaram a representar a síntese do processo de construção da agroecologia e embate ao agronegócio, consolidando-se como uma escola popular e camponesa permanente, renovada ao longo de cada ano nos territórios camponeses, atingindo seu auge durante os quatro dias de encontro.
Ainda que as Jornadas de Agroecologia tenham nascido e se mantenham realizadas em municípios do Paraná, elas têm uma abrangência internacional em seus aspectos de participação e alcance político.
As jornadas não são um processo isolado do conjunto de lutas da classe trabalhadora, camponesa e urbana. Ao contrário, elas fortalecem o embate ao modelo explorador e degradante do capitalismo, apontando suas contradições e propondo alternativas concretas, na construção de outro campo.
Assim, elas são itinerantes, acontecem em diferentes regiões do estado a cada período histórico e, a partir da realidade e do momento, assumindo hora um caráter combativo, as transnacionais, aos transgênicos e ao agronegócio, e hora um caráter de estabelecimento de alianças com outros setores da classe trabalhadora, entidades e organizações da agricultura familiar, universidades.
De toda forma, se fortalecem ao longo dos anos uma alta capacidade e referência na promoção de atos políticos, envolvendo autoridades, aliados e apoiadores e pautando políticas concretas para a agricultura familiar, camponesa e agroecológica.
As jornadas estabelecem fortes relações de solidariedade à luta da classe trabalhadora, dos povos oprimidos, dos que resistem e constroem relações sociais, econômicas e novos valores, a nível nacional e internacional.
Os lemas "Cuidando da terra, Cultivando a Biodiversidade e Colhendo soberania alimentar; Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos; Por um Projeto Popular e Soberano para a Agricultura", expressam o acúmulo ideológico e teórico do período.
Promovem as Jornadas:
MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra;
MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores;
MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens;
MMC - Movimento de Mulheres Camponesas;
CPT – Comissão Pastoral da Terra;
Terra de Direitos
GAMA - Grupo de Agroecologia de Maringá
NADS - Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável
Escola Milton Santos de Agroecologia
ELAA - Escola Latinoamericana de Agroecologia
SENGE - Sindicato dos Engenheiros do Paraná
ARAS - Associação de Reflexão e Ação Social de Maringá
Fuente: MST-Brasil

via:
  http://www.biodiversidadla.org/Principal/Secciones/Noticias/Brasil_Jornada_de_Agroecologia_se_consolida_numa_escola_popular_e_camponesa

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Archivo del blog

free counters

Datos personales

Mi foto
Malas noticias en los periòdicos, asesinatos, enfermedad, pobreza, dolor, injusticias, discriminaciòn, guerras, lo grave es que nos parece normal.

Ecologia2