miércoles, 31 de julio de 2013

Brasil: A Inteligência burra...por Mauricio Dias...

Retrospectiva da semana papal pelo olhar de Mauricio Dias.Por que a polícia não havia previsto as recentes manifestações de rua? Política e protestos. Veja e Juquinha. Atos e fatos.A desfeita do Joaquim

 "É Nóis".


Apesar de pequenas gafes e deslizes do policiamento encarregado de protegê-lo no Brasil, o papa Francisco saiu ileso. Nem sempre os erros são pequenos assim. Normalmente são graves e repetitivos, com mortos e feridos, como tem ocorrido nas manifestações de rua, nos últimos dois meses, em várias cidades do País.
Os equívocos são muitos e começam de um ponto banal, como aponta o professor Jorge da Silva. “A polícia brasileira, em geral, confunde as atividades de investigação com as de inteligência. A investigação, como é sabido, visa elucidar os fatos a posteriori e apontar culpados. A inteligência é o armazenamento de informações gerais que circulam na sociedade e no cruzamento e análise dessas informações, com a finalidade de prever acontecimentos futuros”, esclarece o professor, que é doutor em Ciências Sociais e ex-chefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
“No início, as autoridades demonstraram total desconhecimento do que viria à frente. Minimizaram as manifestações e rotularam os manifestantes de baderneiros e vândalos”, diz .
“Por que as polícias teriam se surpreendido pela ação de grupos ideológicos anarquistas que agiram conforme anunciaram em rede? Como não sabiam? E como não tinham uma estratégia específica para enfrentá-los?”, pergunta Jorge da Silva, surpreso com a surpresa dos serviços de inteligência sobre a existência do movimento anarquista.
“Desconhecem que grupos ideológicos como o Black Bloc, com simpatizantes também no Brasil, agem de forma idêntica, roupa preta, capuzes, máscaras, com a estratégia de infiltrar-se em manifestações e protestos para praticar atos de vandalismo e destruição?”
Ele não consegue evitar o tom de ironia ao falar do “serviço de inteligência” que havia detectado a infiltração de traficantes e milicianos nas manifestações. “Estranha conclusão. O objetivo de traficantes e milicianos é financeiro, é dinheiro. O dos anarquistas é outro. É ideológico, contra as estruturas. A não ser que traficantes e milicianos tenham aderido ao objetivo dos anarquistas de mudar a sociedade.”
No Rio, as hipóteses se misturam aos boatos. Um deles é o de que o vandalismo seria uma orquestração contra o governo com o propósito de desestabilizá-lo.
Para Jorge da Silva há uma perigosa inversão do papel da polícia, ocorrida principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde, “em vez de as polícias serem acionadas para garantir as manifestações e proteger os manifestantes, o foram para reprimi-los com rigor. Deu no que deu”.
Qual seria a forma adequada de ação das polícias? “Parece-me fácil concluir o que se deve fazer. Esse assunto não se resolverá apenas com a força, como sempre foi a tônica na nossa história. Não dá mais.”
Dilma em questão I
Não tem consistência a afirmação de que a queda na popularidade e, principalmente, a avaliação do governo da presidenta Dilma Rousseff seja resultado das manifestações de rua nos meses de junho e julho. As primeiras manifestações retumbantes, de 6 e 7 de junho, em São Paulo, foram feitas pouco antes do campo da pesquisa CNI/Ibope de 8 a 11 daquele mês. Tempo curto para refletir os protestos paulistanos e a data da sondagem de âmbito nacional.
Há uma queda de 8 pontos na avaliação do governo no item “ótimo/bom” em relação à pesquisa de março.Entre junho e julho, a avaliação do governo despencou de 55% para 31%.
Dilma em questão II
As manifestações e a queda não estão refletidas no juízo feito sobre as políticas públicas do governo federal (tabela 1).
Entre março e julho, os índices de reprovação da saúde, educação e segurança têm pouca variação. A saúde tem sua variação negativa elevada em 4 pontos.Segurança e educação, ao contrário, têm boa elevação positiva. A primeira cai de 66% para 40% e a segunda baixa de 50% para 37%.
Nesses cinco meses, de março a julho, o único solavanco nesses casos é a reprovação da política de combate à inflação, que entre março e junho subiu de 47% para 57%.Esse é o sinal mais forte e aparentemente capaz de alterar a opinião.
Política e protestos
Surge, porém, um curioso complicador nessa hipótese.A pesquisa faz uma pergunta aos entrevistados (tabela 2) sobre razões que os levariam a novos movimentos de protesto.A resposta disparada é por maiores investimentos em saúde, 43%, seguida por “contra a corrupção”, com 35%.
Surpreendentemente, somente 14% dos entrevistados se dispõem a se manifestar “contra os políticos em geral”. O porcentual desaba para apenas 4%, se o objetivo for protesto contra o governo federal e a presidenta. Número igual aos governos estaduais e aos prefeitos. Contra os partidos, vetados nas manifestações, a mobilização atrai 3% das respostas.
Veja e Juquinha
Na semana passada, na edição nº 758, foi publicada nesta coluna a notícia sobre o alto índice de reprovação do governador Sérgio Cabral.
A nota fazia referência a um episódio recente, desgastante para ele. O flagrante de um helicóptero oficial transportando sua família para um fim de semana na mansão de Cabral, em Mangaratiba (RJ).Sugeri, como ilustração, a foto do embarque do cão do governador.
A produção da revista recebeu a seguinte resposta de um funcionário do detentor das fotos: “A Editora Abril informou que não podemos licenciar imagens de Veja para a CartaCapital”.Por um lado, decisão surpreendente em operações comerciais. Por outro, os leitores deixaram de conhecer Juquinha, o cãozinho tibetano da raça shih-tzu.
Atos e fatos
Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff convidou e recebeu, no Planalto, representantes do mundo jurídico para debater as manifestações nas ruas.
Joaquim Barbosa, presidente do STF, falou aos repórteres, por quase uma hora, sobre o encontro aparentemente amigável.Na segunda-feira 22, JB foi cumprimentar o papa Francisco, no Palácio Guanabara, no Rio, em cerimônia com a presença da presidenta.
Após apertar a mão do papa, ele, ostensivamente, recusou-se a saudar Dilma. Depois emitiu um comunicado desmentindo o que as câmeras mostraram.Como explicar a desfeita a uma senhora que, além disso, preside a República?


Via:
 http://www.kaosenlared.net/america-latina/item/64350-brasil-a-intelig%C3%AAncia-burra.html

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Archivo del blog

free counters

Datos personales

Mi foto
Malas noticias en los periòdicos, asesinatos, enfermedad, pobreza, dolor, injusticias, discriminaciòn, guerras, lo grave es que nos parece normal.

Ecologia2