Veja a seguir a íntegra do manifesto:
O Plano Diretor e a terra para moradia: cadê as propostas dos movimentos POPULARES?
A
minuta de Plano Diretor não reflete o debate que aconteceu na 2ª etapa e
não incorpora as principais bandeiras levantadas pelos movimentos
sociais na defesa do direito a cidade e a moradia.
QUEREMOS TERRA PARA MORADIA digna PARA ESTA E FUTURAS GERAÇÕES: NOVAS ZEIS JÁ
Queremos
o mapa de ZEIS em toda cidade, agora, em especial nas Macroáreas de
Estruturação Metropolitana e Macroáreas de Qualificação da Urbanização
Consolidada. O interesse da maioria não deve ser deixado para depois. O
Plano de 2002 marcou as ZEIS na primeira oportunidade. Agora se pretende
deixar isso para depois. A quem isso interessa? Os movimentos de
moradia e entidades populares de forma organizada foram a campo e
propuseram a inclusão de aproximadamente 400 novas áreas que deveriam
ser gravadas como ZEIS. As propostas foram aprovadas nas plenárias
regionais, mas o Poder Público desconsiderou a vontade da população e
rasgou o que foi decidido no processo participativo. Reafirmamos que
Zeis não é lugar para especulação imobiliária, assim sendo, as Zeis deve
ser um local prioritário para atender famílias com renda até três
salários mínimos.
LEI DA SOLIDARIEDADE JÁ: em defesa da função social da propriedade
A
sociedade foi às ruas porque quer viver numa cidade mais justa. Um dos
caminhos para aproximar a moradia do trabalho é a garantia de que novos
empreendimentos de alto padrão (que atende ao interesse de poucos)
serão vinculados ao interesse de todos. É preciso iniciar o debate
público da questão agora e construir coletivamente a melhor forma de
aplicar a medida. A lei da solidariedade deve ser autoaplicável.
Solidariedade já!
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NÃO É CUBÚCULO E NEM CAIXA DE FÓSFOROS
O
novo conceito de habitação de interesse social vai estimular a produção
de moradias de menor tamanho e qualidade. Além disso, nas ZEIS das
áreas centrais e urbanizadas ao invés de priorizar o atendimento da
parcela de menor renda, a minuta propõe o contrário! Queremos redefinir o
conceito de HIS para incorporar a qualidade que os projetos realizados
pelos movimentos e garantir que em ZEIS serão destinadas para habitação
de interesse social, comércio e serviços a elas vinculados. A regra
também não pode inviabilizar o Programa Minha Casa Minha Vida entidades,
onde a demanda é indicada pelas entidades. A demanda organizada dos
movimentos populares está ameaçada!
NÃO À PERMUTA DE ZEIS
A
proposta de permuta de ZEIS só atende ao interesse do proprietário em
detrimento do interesse público. Além disso, autorizar a mudança de
zoneamento por decreto que prevê a medida abre a porta ao ataque a todas
as demais ZEIS. Esta proposta não foi construída nos fóruns
participativos e não tem legitimidade para constar no Plano.
POR UMA CIDADE SEM DESPEJOS OU REMOÇÕES FORÇADAS
O
Plano deve incorporar as diretrizes colocadas na Portaria nº 17/2013 do
Ministério das Cidades, e todos os princípios para garantia da moradia
adequada e segurança na posse, evitando que as obras públicas ou
privadas que impliquem em deslocamentos forçados ou involuntários de
famílias moradoras em favelas ou loteamentos populares, devendo ser
previstas todas as medidas necessárias para garantir a moradia digna e
participação dos interessados em todas as etapas do processo.
Autogestão na habitação: queremos morar no centro e nos melhores locais da cidade
É
Absolutamente incompreensível que a minuta não contemple a produção de
moradia com qualidade, de menor custo e com participação dos
beneficiários que há 30 anos caracteriza os governos progressistas! A
proposta não menciona a autogestão na habitação como estratégia
importante para combater o déficit habitacional. Sem mutirão com
autogestão a política de habitação fica não mão dos burocratas, das
construtoras e dos demais interesses políticos e econômicos. Queremos
mutirão com autogestão.
Regularização fundiária
As diretrizes e
ações de regularização fundiária devem expressar claramente o conceito
de regularização fundiária sustentável que o Município adotará e indicar
a reformulação da legislação municipal, especialmente para excluir o
critério do prazo de consolidação da ocupação. A regularização
fundiária é um direito do cidadão é um dever do Município e daqueles que
lucram a produção ilegal da cidade.
Gestão democratica: ampla particpação popular no FUNDURB
O
novo plano deve indicar claramente a composição do Fundo de
Desenvolvimento Urbano, priorizar a representação da sociedade
organizada dos movimentos populares, e estimular a participação dos
cidadãos na política de desenvolvimento urbano. Além de garantir a
participação das organizações o Plano deve também estimular a
participação de todos os cidadãos, inclusive pela manutenção permanentes
de canais de diálogo, físicos e eletrônicos, para recebimento de
contribuições.
Concessão urbanítica só serve ao interesse do mercado imoboliário – LUTOU em defesa dos seguimentos mais vulneráveis
O
PDE 2002, ao permitir a Concessão Urbanística abriu brechas para as
políticas higienistas e para que ganância do mercado imobiliário
avançasse sobre as áreas centrais, expulsando criminalizando as
populações de baixa renda e os seguimentos mais vulneráveis, como:
população em situação de rua, ambulantes, idosos, da área central da
cidade.
ASSINAM ESTE MANIFESTO:
CENTRAL DE MOVIMENTOS
POPULARES-CMP – UNIÃO DOS MOVIMENTOS DE MORADIA DE SÃO PAULO- UMMSP –
FRENTE DE LUTA PELA MORADIA – FLM – MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA PELA
MORADIA-MNLM – MOVIMENTO DE MORADIA PARA TODOS-MMPT – MOVIMENTO SEM TETO
DO CENTRO – MSTC – MOVIMENTO DE MORADIA DA REGIÃO CENTRO – MMRC-
UNIFICAÇÃO DAS LUTAS DE CORTIÇOS-ULC – MOVIMENTO DE MORADIA DA CIDADE
–MMC – INSTITUTO DE LUTAS SOCIAIS – ILS – GRUPO DE ARTICULAÇÃO DE
MORADIA PARA O IDOSO DA CAPITAL – GARMIC – MOVIMENTO DE HABITAÇAO E AÇÃO
SOCIAL – MOHAS –ASSOCIAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE MORADIA DA REGIÃO SUDESTE –
MOVIMENTO SEM TERRA LESTE 1- UNIÃO DOS MOVIMENTOS DE MORADIA
INDEPENDENTE DA ZONA SUL – UMMIZS – UNIÃO INDEPENDENTE DA ZONA SUL – UIZ
SUL1- ASSOCIAÇÃO CONDE DE SÃO JOAQUIM – MOVIMENTO DE DEFESA DO FAVELADO
– MDF- ASSOCIAÇÃO NOVA HELIÓPOLIS – MOVIMENTO SEM TETO DO HELIÓPOLIS
–UNAS – ASSOCIAÇÃO ESTRELA GUIA DA REGIÃO SUDESTE – MOVIMENTO SEM TETO
DA ZONA OESTE E NOROESTE – ASSOCIAÇÃO CONDE DE SÃO JOAQUIM – ASSOCIAÇÃO
FLORESTAN FERNANDES.
via:
http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22699
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